Brasil e Argentina assinarão acordo de cooperação em biocombustíveis

De olho no mercado global, Brasil e Argentina vão assinar um acordo de cooperação no setor de biocombustíveis, confirmou à AE o coordenador do Programa Nacional de Biocombustíveis da Argentina, Javier María de Urquiza. A assinatura ocorrerá durante a visita da presidente Dilma Rousseff à colega Cristina Kirchner, na próxima segunda-feira, 31. Urquiza não quis entrar em detalhes sobre o conteúdo do texto do acordo, mas ressaltou que o Brasil é uma potência na produção de etanol, enquanto a Argentina é um dos líderes mundiais em biodiesel. A ideia possível é partilhar tecnologias para aumentar a produção e, juntos, vender biocombustíveis a terceiros países.

Em 2010, a produção de biodiesel da Argentina teve expansão de 51% em relação ao ano anterior, e passou de 1,25 milhão para 1,9 milhão de toneladas, segundo a Câmara Argentina de Energias Renováveis (Cader). A Argentina avança a passos largos no setor. Em 2007, ocupava o sétimo posto mundial na produção e chegou a quinto em 2009. No ano passado, o país passou os Estados Unidos e ficou em quarto lugar, atrás apenas da Alemanha, França e Brasil.

Para o especialista argentino no setor, Claudio Molina, diretor executivo da Associação Argentina de Biocombustíveis e Hidrogênio, um acordo estratégico entre Brasil e Argentina deveria incorporar transferência de tecnologia entre a brasileira Embrapa e as argentinas Inta, Inti e Cenpes. Segundo ele, os dois sócios precisam também "harmonizar as normas de qualidade e os contratos de comércio exterior, além de estabelecer uma coordenação de negociações internacionais, como as vinculadas às alíquotas frente à possível criação de barreira não-tarifária".

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