Brasileiro cria catalisador reaproveitável para produzir biodiesel

Pesquisa realizada no Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP, testou com êxito a utilização de um novo tipo de catalisador para a produção de biodiesel, baseado em compostos ácidos.

O catalisador testado pelo químico Guilherme Tremiliosi pode ser recuperado e reaproveitado em novos processos de produção de biodiesel.

A substância também pode ser adicionada a um maior número de matérias-primas do que o catalisador básico, sem a necessidade de serem tratadas antes da reação.

O catalisador utilizado é o ácido fosfo-túngstico, sob um suporte de ormosil (abreviação de organically modified silicates, silicatos organicamente modificados), um material híbrido, orgânico e inorgânico.

"Ele foi testado em óleo de soja com alto índice de acidez, que apresenta grandes dificuldades para seu emprego na produção de biodiesel", ressalta o químico. "O objetivo era obter um rendimento satisfatório na reação entre óleo, etanol e catalisador, que gera o combustível."

Atualmente, a produção de biodiesel no Brasil utiliza catalisadores básicos e homogêneos, que não podem ser reaproveitados. "O catalisador ácido permite maior versatilidade no uso de matérias-primas, sem necessidade de tratamento prévio, como sobras de óleo de cozinha ou óleos de plantas oleaginosas não comestíveis, como o crambe", conta o químico.

No experimento, o rendimento obtido chegou a 60% (ou seja, 60% do óleo utilizado se transformou em biodiesel), ainda abaixo do nível mínimo considerado ideal pelas indústrias, que é de 95%. "Além da reação ter sido realizada em laboratório, não houve ajustes nos parâmetros do processo reacional", observa o químico.

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